HIDRELÉTRICA DE FLOR DO SERTÃO INICIA O ENCHIMENTO DO LAGO

Cerca de 70% das águas do rio das Antas – integrante da bacia hidrográfica do rio Uruguai no oeste catarinense – estão sendo represadas desde segunda-feira, dia 11, na altura de Linha Fuzil, na divisa dos municípios de Flor do Sertão e Descanso. Ali, as comportas da barreira de concreto da recém-concluída Usina Hidrelétrica foram fechadas e as águas começaram a se acumular para que, dentro de três dias, esteja formado o reservatório.

Nesse período, surgirá um lago com lâmina de água de 150 hectares, volume total de 10 milhões de metros cúbicos de água e uma extensão linear 10,5 km, banhando as divisas territoriais dos municípios de Flor do Sertão, Descanso, Romelândia e São Miguel do Oeste. A operação de enchimento do reservatório da Central Hidrelétrica Flor do Sertão está sendo acompanhada pelo presidente da empresa proprietária (Maue Geradora e Fornecedora de Insumos), José Samuel Thiesen, pelo diretor técnico do empreendimento, João Carlos Floss, pelo gerente das ações ambientais, Ângelo Batista Triantafyllou, pela Fundação Ambiental de Santa Catarina, pela Polícia Ambiental e por empresas privadas de monitoramento ambiental.

As atividades ambientais e logísticas para a inundação da área estão sob a coordenação da Agrimensura Serviços Topográficos, da Van Helden Impacto Assessoria Ambiental, da Polícia Ambiental e da Fatma.

A água não retida pelas comportas – cerca de 30% do volume – segue pelo leito original do rio para garantir a sobrevivência da ictiofauna no trecho entre a barragem (ponto onde o leito do rio foi interceptado e conduzido para a casa de força) e a saída das turbinas (onde as águas retornam ao rio, depois de gerar energia). Essa é a chamada vazão sanitária, necessária para que o rio não pereça entre os dois pontos.

As obras civis da PCH Flor do Sertão estão 100% concluídas depois de dois anos de projetos e pesquisas e 18 meses de execução com uma força de trabalho de 200 homens. Agora iniciam as atividades da fase final.

Nesta sexta-feira estará finalizada a construção da linha de transmissão, com 13 quilômetros de extensão, ligando a casa de máquinas da PCH à subestação de São Miguel do Oeste. A casa de máquinas abriga três turbinas que serão movimentadas pela força de 80 metros cúbicos de água por segundo, em queda de 26 metros – 19 metros da barragem e mais sete metros do desnível do leito do rio. Até o final de janeiro serão realizados os testes com as três turbinas de forma que a efetiva geração de energia deverá iniciar em fevereiro. A PCH Flor do Sertão terá capacidade máxima de geração para 16,5 MW (geração média de 9 MW), potência capaz de abastecer 40.000 residências. A produção anual será da ordem de 80.000 Mwh.

Após o enchimento do reservatório será mantido o monitoramento ambiental com coleta de água superficial e subterrânea para análise da qualidade, levantamento da situação da ictiofauna e proteção da área de preservação permanente numa faixa que varia entre 30 a 100 metros.

A gerente de desenvolvimento ambiental da Fatma, Maria Andreola Decker, disse que a empresa cumpriu integralmente o projeto ambiental, especialmente as compensações pela inserção do complexo barragem/usina no ambiente natural. O biólogo Bernardo Beirith, da Fatma, observou que os oito projetos ambientais foram integralmente implementados. O prefeito de Flor do Sertão, Euclides Debarba, destacou que a hidrelétrica proporcionará mais desenvolvimento à região.

O investimento – R$ 44 milhões de reais – é sustentado pela Coopercentral Aurora e pela Cooperalfa (sediadas em Chapecó); Ceraçá (Saudades), Cooper A-1 (Palmitos), Cooperitaipu (Pinhalzinho), Copérdia (Concórdia), Coopercampos (Campos Novos) e Cooperativa Auriverde (Cunha Porã), além de financiamento do BNDES.